AHHHHHHHHHHHHHH

Gritos, Gritos, Gritos, Gritos...




Me sufoca, essa estranha sensação de querer gritar, correr, quebrar tudo. Uma forma de alivio, que insiste nessa perseguição. O chorar não existe mais, não acontece mais, não adianta, não é mais uma válvula de escape usada para fugir.
O que me toma é uma raiva incontrolável que impede de ver e saborear o que se passa, cada detalhe, forma, e jeito.
O encantamento ganhou valores diferentes, ganhou outro nome, mudou a forma, o gosto, entrou em outra fase. Normal, nada é perdido e sim transformado.
Viver não é mais o essencial, e sim uma simples forma de acordar todos os dias e fazer o que virou rotina. Os sorrisos sumiram, foram apagados do rosto junto da alegria e do simples prazer de respirar. Os olhos refletem cada pedaço do filme que passa na cabeça.
Só esperando no que vai virar, sem pressa, e a ansiedade que me incomoda, penso que vou aprender a levá-la, sem mais danos.

Nenhuma pergunta a ser respondida, prefiro assim.

Nada.

Nada.

"Todo carnaval tem seu fim?"

Quando menos se espera o chão que pensamos que nos sustenta se desaba. A queda se Faz assustar por um momento, e faz sentir uma dorzinha, aguniante e continua. Da qual vem o desespero, sim se sente um desespero enorme, por não saber mais o que nos encontra no fim dessa queda, e olhar pros lados não adianta, você esta sozinho, e o lugar do qual esta caindo, passa as fotos do que você já passou, lembranças, Aquelas das quais queremos sempre conosco, coisas boas e felizes que se passam, em uma simples queda. Já não se quer ver mais, o que se vê se torta triste, já se sabe que passou e não volta, ou volta?Essa duvida me toma, e parece que posso voltar. Mas a cabeça se torna zonsa, o coração aumenta as batidas e a sensação de querer fugir vai crescendo. Mas fugir? Fugir pra onde? Não se tem nada ao redor, só o ar passando pelo rosto e as lembranças passando perto, aonde as mãos não alcançam, não encostam, a cada centímetro que chega perto elas ficam mais longe. Por que? Por que? Minha cabeça que era um oco, fica pesada, torna-se a maior arma, que tenta acabar comigo. Formulo perguntas e respostas, torno-me refém. Refém do que não consigo controlar, do que me faz agir, refém de um simples sentimento. Aquele que me aprisiona na queda sem fim.
Olho pra baixo, não vejo o chão, o lugar aonde irei me agarrar novamente, aonde morrerei ou irei sobreviver a isso, o lugar que possa ser seguro ou pior do que a queda. A certeza? De que espero um chão, aquele mesmo chão do qual caí, o mesmo que me passou as lembranças, para que me sustente outra vez. Só preciso Esperar ele reconstruir e se sentir firme novamente.E que seja Breve. Espero, espero.